Mistério no Ar: Agentes Concluem Perícia em Queda de Avião em Gramado

Fonte Defesa Civil

Agentes de segurança concluíram os trabalhos no local onde um avião de pequeno porte caiu em Gramado, no Rio Grande do Sul, neste domingo, 22. A tragédia resultou na morte de dez ocupantes da aeronave, todos da mesma família. O empresário Luiz Cláudio Galeazzi, CEO da Galeazzi & Associados, estava pilotando a aeronave que transportava ainda sua esposa, Tatiana Natucci Niro, suas três filhas, Maria Eduarda, Maria Elena e Maria Antônia, sua sogra, Lilian Natucci, além de um casal de amigos, Bruno Guimarães (diretor da Galeazzi & Associados) e Veridiana Natucci Niro, e seus dois filhos, Giulia e Mateo. Tatiana e Veridiana eram irmãs, filhas de Lilian.

Equipes do Corpo de Bombeiros Militar, da Polícia Civil e peritos do Instituto-Geral de Perícias (IGP) terminaram a coleta de material humano e peças da aeronave para perícia e investigação nesta segunda-feira, 23. Os bombeiros trabalharam durante toda a manhã avaliando o risco estrutural das edificações atingidas pelo acidente. Peritos removeram os corpos das vítimas, que foram encaminhados para exames de DNA em Porto Alegre. A Defesa Civil informou que ainda não há previsão para a liberação dos corpos. Além das vítimas fatais, outras 17 pessoas que estavam no solo no momento do acidente foram encaminhadas ao hospital com ferimentos.

A Força Aérea Brasileira (FAB), por meio do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), está investigando as causas da queda do avião. Uma equipe da FAB esteve no local e destacou que utiliza técnicas específicas, como a coleta e confirmação de dados, preservação dos elementos, verificação inicial de danos causados à aeronave e levantamento de outras informações necessárias à investigação. A conclusão dessa investigação terá o menor prazo possível, dependendo sempre da complexidade da ocorrência e da necessidade de descobrir os possíveis fatores contribuintes. A Polícia Civil do Rio Grande do Sul também realiza uma investigação paralela à da FAB.

O avião decolou do Aeroporto de Canela com destino a Jundiaí, em São Paulo, mas colidiu contra a estrutura de um prédio em obras e caiu sobre uma loja de móveis, atingindo também a estrutura de um hotel próximo à ERS-235, localizada na Avenida das Hortênsias. As vítimas com queimaduras graves foram removidas para a capital gaúcha para receber cuidados intensivos. Entre os feridos graves, duas mulheres na faixa dos 50 anos, uma funcionária da pousada atingida e uma hóspede, precisaram ser transferidas para tratamento em Porto Alegre. Outros cinco feridos foram liberados no domingo, 22.

Em uma coincidência trágica, Luiz Cláudio Galeazzi havia perdido sua mãe, Maria Leonor, em um acidente de avião de pequeno porte de sua propriedade em 2010, na região de Sorocaba (SP). Luiz Galeazzi, formado em Administração de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas de São Paulo, era filho do falecido Claudio Galeazzi, renomado na área de reestruturação de empresas no Brasil. A empresa Galeazzi & Associados, fundada por Claudio e gerida por Luiz, é famosa por ter reestruturado grandes companhias como o Pão de Açúcar, BRF e Americanas.

Antes de entrar na Galeazzi & Associados, Luiz foi presidente de empresas nos setores de agroindústria e factoring e fez parte do Conselho de Administração da Cremer entre 2013 e 2014. Ele participou ativamente durante os últimos 25 anos em processos de recuperações judiciais no Brasil e no exterior, atuando tanto do lado do credor quanto do devedor, com experiência em Due Diligence, Post Merger Integration (PMI), Fusões e Aquisições (M&A) e planejamentos financeiro, estratégico e orçamentário.

A investigação continua para determinar as causas exatas do acidente, enquanto a comunidade de Gramado lida com as consequências dessa trágica perda.

Em 2024, o Brasil enfrentou um aumento alarmante de acidentes aéreos, com um crescimento de 92% no número de mortes em comparação ao ano anterior. Esse aumento é atribuído principalmente a acidentes envolvendo aviões de pequeno porte e voos privados. A tragédia mais marcante foi a queda do avião da VoePass em Vinhedo, que matou 62 pessoas, seguida pelo acidente em Gramado, onde 10 pessoas da mesma família perderam a vida.

Esses eventos levantam questões críticas sobre a segurança da aviação privada e a eficácia das regulamentações atuais. A alta taxa de acidentes sugere a necessidade de uma revisão urgente das políticas de segurança e treinamento dos pilotos. Além disso, a falta de infraestrutura adequada em áreas rurais pode estar contribuindo para o aumento dos acidentes.

A sociedade brasileira deve se perguntar: como podemos melhorar a segurança aérea e prevenir futuras tragédias? A resposta pode envolver investimentos em tecnologia, treinamento mais rigoroso e uma maior supervisão regulatória. A segurança de todos os passageiros, independentemente do tipo de voo, deve ser uma prioridade absoluta.